Cáritas ajuda Moçambique
“Como não tínhamos nada, tudo o que recebemos foi muito relevante. Recebemos os kits de ferramentas para trabalhar e os kits de cozinha. Cada um deles foi realmente importante, mas o que nos falta agora é a casa. Mas agora que tenho as ferramentas para a agricultura e as sementes, posso começar a construir a minha vida e pensar no futuro dos meus filhos e da minha família. O futuro em que estou pensando inclui escolarização para meus filhos e uma casa para minha família. Eu adoraria ver meus filhos poderem ficar na escola. Continuarei a trabalhar com as ferramentas que me foram dadas para poder alimentar a minha família e garantir que o seu futuro seja brilhante. Fico feliz quando posso trabalhar e fazer as minhas atividades normais e posso cuidar da minha família. O milho que vêem crescer no campo foi plantado em abril com sementes que recebi das distribuições da Cáritas.”
O testemunho é de Alexandre Uate, um dos muitos pequenos agricultores moçambicanos apoiados pela Cáritas na fase de emergência depois da passagem das cheias e dos Ciclones Idaí e Kenneth. Passaram quatro meses e hoje a Cáritas dá mais um passo no trabalho que está a realizar para apoiar as vítimas desta catástrofe.
Mantendo a lógica de atuação, em coordenação com a Caritas Internationalis, a Cáritas Moçambicana dá, assim, início à fase de reconstrução que vai decorrer num prazo de 12 meses em quatro das províncias afetadas: Sofala, Manica, Zambézia e Cabo Delgado e terá um orçamento global de 2.317.112 euros.
Atendendo à ação desenvolvida através da campanha “Cáritas Ajuda Moçambique” a participação da Cáritas Portuguesa neste projeto global será de 450 mil euros, num apoio que se estima que chegue a mais de 5 mil famílias, em três linhas de atuação: agricultura e meios de subsistência; água e saneamento; habitação.
“A ajuda da Cáritas ao povo Moçambicano nunca se poderia esgotar na fase de emergência e esta segunda etapa é também muito importante.” Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, explica a importância desta segunda etapa da resposta da Cáritas a Moçambique: “Agora é o momento de dar às pessoas que foram vítimas desta catástrofe um sinal claro de esperança. Depois da resposta imediata, esta é a resposta que lhe vai dar uma nova oportunidade de futuro, de poderem planear as suas vidas para além do Ciclone.”
Para a Cáritas Moçambicana o apoio dado pela rede internacional Cáritas e, concretamente, pela Cáritas Portuguesa foi indispensável para poder dar resposta no terreno às necessidades diárias. “Queremos agradecer a prontidão da Cáritas Portuguesa e de todo o povo português que, mais uma vez, foi imediato na resposta de apoio que nos ajuda a minimizar o sofrimento de todos os que foram vítimas das cheias e dos Ciclones.” Santos Gotine, diretor da Cáritas Moçambicana
Durante a fase de resposta à emergência, até ao final de junho, a Cáritas Moçambicana já prestou assistência a cerca de 27.500 pessoas. Esta ajuda concretizou-se na distribuição de lonas, kits de cozinha, higiene e abrigo, nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Cabo Delgado. Esta resposta foi dada com o apoio da rede internacional, na qual a Cáritas Portuguesa se integrou.
“Não podemos deixar de agradecer a todos os portugueses que nos apoiaram, particulares e empresas, que de uma forma rápida e generosa, nos permitiram devolver dignidade e esperança às muitas vítimas deste Ciclone. A todos expressamos de uma forma muito clara o nosso muito obrigada!” sublinha Eugénio Fonseca acrescentando que “ainda é preciso muito para podermos chegar a mais pessoas e que para isso continuamos a contar com a generosidade de todos os portugueses”.
O apoio à população de Moçambique pode ser feito através do Fundo de Emergências Internacionais da Cáritas Portuguesa – IBAN PT 50 0033 0000 01090040150 12 – e através do multibanco com a Entidade 22 222 e Referência: 222 222 222.